Posted in Xavecos on outubro 30, 2008 by fabiaolima
O Pica-Pau sempre foi pentelho, mas recheou minhas tardes de moleque, deitado no sofá, tomando todinho e já apreciando a grande música clássica. As bodas de Figaro, opera buffa em quatro atos composta por Wolfgang Amadeus Mozart sobre libreto de Lorenzo da Ponte.
Posted in Xavecos on outubro 17, 2008 by fabiaolima
Costumo ir pro pantanal há muitos anos e sempre que vou encontro pessoas de todos os lugares. São amigos da Bel e do Geraldo, donos da fazenda. Alan, hoje presidente do conselho de uma grande empresa, é um desses amigos e tem gado arrendado por lá. Conheci ele no Pantanal uns três anos atrás e ficamos amigos. Muito simpático. Pois bem, certa feita o Alan falou que estava levando um gringo, seu amigo, pra conhecer a maior planície alagável do planeta. Pegou seu jato, pousou em Campo Grande e de lá pegaram um pequeno avião pra fazenda. Uma hora e meia de voo e pousaram no Pantanal. Como o tempo era escasso- só um fim de semana- ficou resolvido que seria mais fácil conhecer a fazenda e suas savanas típicas daquela região de carro, uma vez que o transporte usual é o cavalo. Era época de chuvas torrenciais e o sol rachava o côco. Cumulus Ninbus já se formavam no horizonte. O gringo, careca, suando nas têmporas, de meia soquete e chapéu texano estava adorando aquela terra “wild” e distante. A chuva já caía. Forte. De repente, o barro da bitola, da “estrada”, ficou muito frouxo e a velha Toyota atolou. Os peões estavam longe, na lida, mexendo o gado, montados em seus cavalos. Na Toyota presa no barro, só três senhores e duas senhoras. Chovia muito. Como uma pessoa tinha que guiar, escolheram a dona da fazenda, que por sinal, sabe manusear o carro muito bem. Meio sem graça, pediram que os três senhores empurrassem o carro pra sair daquela lama. Não teve jeito. O gringo, lívido, arregaçou as mangas e foi empurrar o carro. Suava muito. Depois de algumas tentativas, lama até na sombrancelha, o carro saíu. Chegaram em casa e o gringo desabafou: Foi uma das melhores viagens de sua vida.
Hoje, esse gringo é bem conhecido. Lida muito bem com outro tipo de lama. A financeira. Seu nome: Harry Paulson.
Posted in Xavecos on outubro 9, 2008 by fabiaolima
Quando moleque, na casa de meus pais, um dos lugares que eu mais gostava de ficar era na sala de música; na sala do piano. Quando não tava catando milho no velho Bechstein, tava ouvindo os bolachões de viníl do meu pai. Botava todos pra tocar; sabia que sempre viria uma boa surpresa. Pra minha suprema sorte, ouvia de tudo: Mel Tormé, Quincy Jones, Luiz Eça, Tom Jobim, Chico, Mozart, Bach e um tal de Bill Evans. Bill Evans ao invés de me incentivar a tocar piano, me desanimava. Como tocar piano e não tocar como Bill Evans? Suas estruturas de acordes, seu encadeamento leve e sonoroso. Pai da harmonia moderna. Nunca tocaria e nunca vou tocar como ele. Óbvio, precisaria de um pouco de heroína nos meus canos. Depois de anos, meu querido amigo e grande pianista/maestro, Marinho Boffa, um dos grandes discípulos de Luiz Eça, me contou a história da foto em que Bill Evans segura uma faca simulando cortar a mão de Luiz Eça. Pro Bill Evans, Eça foi um dos grandes pianistas que ele ouviu. Eis aí: